Chorei na última vez que estive nos teus braços.
Chorei perdidamente, chorei com medo de te perder, chorei com medo de não te ter.
E que tenho eu de ti?
Umas horas por semana, quando nos encontramos numa cama.
Uns telefonemas rápidos e sempre a medo.
Umas mensagens no telemóvel a horas impróprias.
Uma flor que tu me trazes, por vezes...
Há meses que é assim a minha vida.
Horas e horas à espera que tenhas um momento livre.
Horas de tristeza, quando sei que estás com a tua família.
Horas de angústia, quando sei que estás com ela.
Horas de felicidade, quando olho nos teus olhos e me abraças...
Como é difícil não estar todos os dias ao teu lado!
Não poder partilhar contigo a vida.
Não poder ouvir os teus desabafos, nem tu os meus.
Não poder passear de mão dada contigo ao pôr-do-sol.
Não poder acordar ao teu lado, para um novo dia.
Eu sei que me amas.
Para ti não sou apenas um corpo, um objecto de prazer.
Sei o quanto te dói não poderes dar-me mais, estares ao meu lado em tantos momentos...
Fizeste a tua escolha: escolheste a tua família, a tua estabilidade.
Alguma vez serias capaz de atirar tudo ao ar para ficares comigo?
Alguma vez o amor que por mim sentes será mais forte?
Eu também fiz a minha escolha: escolhi-te a ti, escolhi o nosso amor...

Apenas uma nota que quero acrescentar, talvez um recado a alguém (que nem vai ler isto agora, por estar de férias): nem tudo aquilo que escrevemos é a nossa realidade. Por vezes são ideias, são vidas que se cruzam com a nossa, são invenções, são desejos...
Esta realidade poderia ser a minha? Sem dúvida que sim...
De floreca a 14 de Agosto de 2004 às 07:49
Bem, agora a resposta mais elucidativa e que ontem não me foi possível escrever. Imagino que os meninos (e foram só eles) não tenham lido a parte final: "nem tudo aquilo que escrevemos é a nossa realidade". Neste caso não é a minha, asseguro-vos. Não sou amante de nenhum homem casado, no sentido em que nunca estive nos braços dele. E se não o sou, menino Zé, é porque o meu "ele" não tem espírito para ter uma vidinha dupla! (E também porque sou muita feia, mas isso é outro assunto...) Por estranho que vos pareça, escrevi esta carta pensando em vários desabafos que tenho ouvido. Desabafos de mulheres que têm casos com homens casados, desabafos de homens casados que têm casos. Reparem que não estou a falar de "quecas". Estou a falar de casos mais sérios que duram, alguns, há anos. É uma situação muito complicada, garanto-vos. Tanto para eles como para elas. E, se vocês não a entendem bem, é porque nunca se viram envolvidos numa situação destas. Eu já disse muitas vezes que é possível amar duas pessoas ao mesmo tempo, talvez de formas diferentes, mas é. Talvez nestas relações se procure a "frescura" (como diz a Lolita) que já não existe no casamento, mesmo que o amor ainda exista. Normalmente os filhos são a desculpa para não acabar o casamento. Um dia destes disse a um amigo: "quando tiveres a certeza daquilo que queres, o teu filho deixa de ser a desculpa". Mas não é fácil, garanto-vos. Quanto à vida passar-nos ao lado, será que é mesmo? Será que não somos felizes, elas e eles, nestes momentos? Será que não vale mesmo a pena? Muitos destes casos, são mesmo casos de amor. Muito mais do que vocês possam imaginar.
De floreca a 14 de Agosto de 2004 às 07:29
Marta, vale a pena? Acho que cada caso é um caso... e cada um sabe qual o melhor caminho a seguir. Mesmo que não o faça.
De floreca a 14 de Agosto de 2004 às 07:28
Ognid, esta situação é imaginada, talvez com algum fundo real...
De floreca a 14 de Agosto de 2004 às 07:27
António, se não sabes o que são ciúmes, estás cheio de sorte! Eu sei bem o que são...
De floreca a 13 de Agosto de 2004 às 23:27
Meninos e meninas, ainda não tive condições técnicas para vos responder, mas vou fazê-lo, prometo! Até mais logo:-)
De
ognid a 13 de Agosto de 2004 às 22:26
É tão real a tua situação imaginada(?). E por vezes arrastam-se e arrastam-se... parecem o coelho da Duracell :) quase que diria que conhecias... bjs
De Lolita a 13 de Agosto de 2004 às 21:39
Olha que espertinha que eu sou.. consegui ligar-me à net a partir do micro ondas. Agora só tenho de encontrar um teclado...
{ ... é pura verdade que choro sempre a saudade © biquinha ... }{ beijos* }
É um facto, é uma realidade, acontece!!! A pergunta é: vale a pena??? Gostei muito.
Obrigada pelo momento.
Um beijinho
Marta
De veneno a 13 de Agosto de 2004 às 13:20
Mesmo de férias não resisti, e lá me desunhei para encontrar um lugar com um maldito de um pc, para poder espreitar, espreitar-vos. Cum raio, há vezes que estas coisitas da alma arrepiam-me. Será que sou gente? Irraaaa!!!, raios parta nisto.
Floreca, dá aí uma folgazita e explica lá a este carcamano, se amante é, "essa coisa que ama", "quem ama", "que vive em cuncubinato", "namorado", "apaixonado", "se alguém que tem relações ilícitas" (existem? hummm), ou se é um "cabo grosso de içar".
Traduz para mim tá?
Um beijo envenenado :)
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