Domingo, 23 de Maio de 2004

Carta com Anestesia I *

* um conjunto de cartas que se denominam.. Parto Sem Dor.

Apliquemos a epidural. Não sentimos já o corpo nem a alma. Apenas acariciamos a dor que já não dói.

Meu Querido,

Um sorriso primeiro. Um suspiro depois. Uma carta para escrever.

A nossa última conversa ao telefone teve um sabor amargo de despedida, que se adivinhava nas tuas ausências espaçadas.

Nada que eu não adivinhasse. Nada que não fosse previsível. Mas não me seria possível dizer-te adeus, sem te dizer o que tens sido para mim. Admiro-te muito como homem e como ser humano. Nestes nove meses em que tive o privilégio de ser tua amante, sinto que cresci como pessoa ao teu lado.

Nunca tive a pretensão de ser uma pessoa muito importante na tua vida, mas tenho a certeza de que ambos nos tocámos um ao outro. Como se os nossos caminhos se tivessem beijado, sorrido e florido.

Tens sido um amigo, uma voz serena, uma presença que me fez tão bem. Como amante, descobriste em mim uma mulher que eu trazia escondida. Nasci contigo no desejo dos corpos, na maravilha de me descobrir em ti.

Ensinaste-me a sorrir de ternura, a gemer de gozo perverso, a chorar de fascínio no prazer dos desejos e nas fantasias partilhados, com ternura, com audácia, com cumplicidade.

Nunca se diz tudo numa carta. Se calhar não se diz nada. Nesta carta apenas te digo que fui tua na cama, fui tua no teu desejo pérfido e terno, fui tua no aroma e no suor dos nossos corpos.

Serei sempre tua e tu serás sempre meu na nossa história. Continuarei a desejar o teu desejo por mim. Continuarei a saber-te a existir neste mundo que é o meu, e isso faz-me bem.

Digo-te em palavras numa última carta, o que te disse com o meu corpo nos minutos em que te tive no meu corpo. Amo-te.

Tua M.
publicado por floreca às 23:19
link | comentar | ver comentários (6) | favorito
Sábado, 22 de Maio de 2004

Mais uma carta escrita que nunca foi entregue...

Perdoa-me...


Esquece o tempo surdo e ouve agora as explicações que não tenho para dar.


Perdoa-me...


O silêncio esteve também aqui, dentro de mim, mas agora grito, para que me ouças, que não esqueci.


Perdoa-me...


Porque também tu pedes perdão a tudo quanto amas!


 


Janeiro, 2000

publicado por floreca às 19:16
link | comentar | ver comentários (6) | favorito

A tua morada

..... E o resto, tudo o resto existe, não importa onde mora.

Mas há vida em mim, e lá dentro moras tu.

Moras sob a minha pele, onde te guardo num lugar secreto, e nele descansas. Aprumo para ti um recanto íntimo que tu amas. E em cada segundo, um sofá de cumplicidade onde nos deitamos, num sexo absoluto. Sem vergonhas nem vertigens.

Em mim, moras tu.
Moram-me os teus pontos mais sensíveis. Segredam-me os teus segredos.
Agita-se a tua alma.
Desassossega-me o teu corpo.

Na minha rua, sinuosa, às vezes exausta e perdida nas tuas ausências, passas tu.
Passam as tuas mãos em mim. Passa a tua boca nas minhas palavras. Passas com um passo apressado, fugido...
Passas com um bouquet de cores, de magia, de encontros, de momentos adiados no tempo...

E dizes-me adeus...

No meu bairro, passas. Distante, por entre os carros.
Vejo a luz da tua casa. Vejo o brilho dos teus olhos. Vejo as tuas mãos segurarem um livro. Vejo o teu sorriso. Ouço as tuas insónias. Pressinto os teus desejos.

Na cidade, passas ocupado. Preocupado.
Não tens tempo e não podes parar. Olhas o relógio: já estás atrasado. Muito atrasado!...

Eu, à tua espera, dentro de ti.

E escrevo:

Em mim mora o homem único que passa, este homem que reúne todas as dimensões da distância... E o resto, tudo o resto existe, não importa onde mora.
Em mim mora o meu amigo, o meu amante, o companheiro que nunca na vida quereria perder...
Este, que mora em mim sem morar, que desatina o meu coração e me faz o acaso prantear...

E rir!
Rir de pura alegria!...

Feliz Aniversário.
publicado por floreca às 00:54
link | comentar | ver comentários (3) | favorito
Sexta-feira, 21 de Maio de 2004

Carta ao Dr. Mourinho

Camarada...


Sei que andas triste! Como portista que não sou, e como portista que tu nunca irás ser, posso-te tratar por tu!


Não que não mereças um grau maior, mas porque acho que entendes-me melhor neste "registo". Sei até que sabes falar várias línguas, que já traduziste os melhores treinadores, e que frequentaste as melhores escolas de futebol do mundo...das outras não tenho conhecimento. Sei que percebes um pouco de tudo, ou não fosses tu quem és!


Posso portanto, talvez com alguma ironia, tratá-lo por Dr...Dr. Mourinho! E Dr porquê, pode perguntar-se? ou a mim?


Porque me apetece! Tal como o Dr, eu também sou uma pessoa de vontades imediatas, de emoções à flor da pele, e de_sbocado. Gosto de dizer - porque tenho uma absoluta convicção de tudo aquilo que digo - o que me apetece, porque raramente me engano, e quase sempre tenho razão! Por isso as pessoas me chamam de Dr...tal como aos médicos!


Já reparou que os doentes nunca perguntam a um médico, se realmente aquilo que ele diz está correcto? Pois é...nós somos iguais! Com uma diferença! Nós não lidamos com pessoas doentes...


Mas passando por cima desse detalhe, venho só aconselhá-lo, de Dr para Dr o seguinte ( geralmente os médicos também não gostam de fazer a sua avaliação...pedem aos colegas ):


-Caso vá propagandear a nossa bela língua para outro país, por favor, e por amor a algum Deus que acredite que exista para além do Dr, não profira certas palavras como "farsa", "palhaçada", "campo inclinado", etc. Eles não o irão entender... Por isso, quando perder, ( e não irão ser assim tão poucas vezes quanto isso porque o Porto só existe em Portugal ), sorria...peça ( com modos ) para ir "obrar" e saia da conferência de imprensa! É que se houver jornalistas a sério lá para Inglaterra, e que tenham até alguns doutoramentos a sério na área...ou seja, doutores como V. Exª mas com substância, eles não o deixarão imparcialmente ( com a barba por fazer, baloiçando a cadeira...) dizer aquilo que bem lhe apetece, só por ter perdido uma vez, tal como aconteceu contra aquele clube de que sou adepto, e que irá ser sempre a menina dos seus olhos!


No fundo, o Dr sabe que eu sei que V. Exª sabe, que o senhor só anda com a amante para tentar prococar os ciúmes às meninas de Lisboa... Só espero é que elas entendam, o motivo que agora fará o Dr trocá-las por aquelas velhinhas inglesas ricas... Ah...e não me venha dizer que é pela paixão do/pelo futebol!


Cordialmente

publicado por floreca às 15:59
link | comentar | ver comentários (4) | favorito
Quinta-feira, 20 de Maio de 2004

Carta que nunca cheguei a entregar, que deixou de fazer sentido...

Chegou o fim... Existe sempre um fim... Chegou. É o momento dele. Tem que ser.

Amei estar contigo... Porque desde que os teus lábios tocaram os meus que o mundo assumiu cores diferentes. Porque nada jamais será igual. Porque esperei... Delimitei um prazo, escondido de ti, para o fim ou o começo de nós. E foi o fim. Aconteceu... Quiseste assim. Sem o saber. Quiseste. Escolheste. Desculpa. Não tive culpa, tentei transmitir que assim não queria. Não compreendeste. Não soubeste escutar as palavras surdas que te enviei com o olhar... Não sabes que te quero, não compreendes que me modificaste... Foi bom. Adorei... Todos os momentos, mesmo aqueles em que te magoei, em que me magoaste,... Adorei tudo. Adorei-te e adoro-te ainda. O teu corpo, os teus beijos, o teu cheiro, o teu sabor, a tua voz, o teu jeito de me ter,... Tudo. Tudo. Tudo. Sempre. Quis que fosse diferente, desculpa se não consegui... Mas vou sempre desejar-te. A todos os momentos. Mesmo que esteja com outra pessoa é em ti que vou pensar, no teu toque na tua forma de olhar. A tua pele, o teu abraço, o teu toque em mim,... Vou sempre pensar que é contigo que estou. Vou sempre desejar estar contigo. Mas terminou... Espero ainda pela última vez. De te ter. A ultima vez que te sinto dentro de mim... Que vejo o teu olhar meigo a percorrer a minha alma... Espero por essa vez. Pedi amanhã... Compreendeste? Sentiste? Vens? Queria saber que sim... Mas não sei, contigo tudo é possível... Mas espero que sim, se for não, vou guardar as músicas e as palavras dentro de mim, escondidas, para que um dia as descubras... Ou não... Não sei.


Mas é só para saberes que marcaste a vida desta menina pequenina que não sabe demonstrar quando gosta, que tem medo, muito medo. Só para saberes que em todos os momentos de nós, que me entreguei totalmente. Que fui tua. Só tua. Que me tiveste para ti, que me empurraste de ti e me fizeste dizer que acabou. Tu. Porque dentro de mim vai existir sempre a vontade de te ter. Porque se cada vez que te vir vou querer nunca ter dito estas palavras... Porque de cada vez que cruzar o meu olhar com o teu vou desejar sentir-te... Todo. Boca, pele, toque,... Tudo. Mas vou tentar. Mas quero tentar deixar-te ir. Deixar-te partir. Fazer com que vás. Desculpa, bichinho! O meu bichinho lindo que vou lembrar para sempre. A única pessoa que me fez sentir que quando estava dentro de mim era mais do que isso. A única pessoa que me olhou com o olhar que tu me olhas... A única pessoa que me fez trocar a estabilidade... Tu. Fizeste com que deixasse a minha vida já traçada e planeada. Só para te ter. Só para te sentir. Só para demonstrar o quanto é verdade a paixão que sinto por ti. E não sei como foi possível... tudo. Todo o desejo que me fazes sentir...


Quando me apaixonei por ti? Quando deixei de estar um único momento sem pensar em ti? Quando? Não sei... Nem quero saber. Espero conseguir lembrar-te apenas como uma recordação... Quis gritar, dizer, demonstrar que assim me ias perder... Mas não consegui. Quis dizer que queria que fosses meu, só meu, mas não foi eficaz o me grito de socorro. Foi mudo. Não ouviste... Desculpa. Não consegui fazer com que me ouvisses.


Provavelmente não vais perceber as minhas palavras... Não faz mal. Disse-as. Estão escritas, ninguém as pode apagar. São fruto deste tempo... Em que te desejei, em que te odiei, em que te quis, em que te magoei,... Fruto de nós. Do breve tempo em que nos tivemos. Do tempo... De mim. Da menina sensível que chora, que exige, que quer, que amua, que é inconstante e que magoa. Da menina que não sabe crescer. Da menina que não quer crescer. Que precisa que a protejam, que a compreendam, que a queiram mais que tudo,... De mim.


Mas mesmo que passem mil anos vou lembrar, sempre que fechar os olhos, o teu sorriso para mim, o teu olhar que diz que gostas de mim, o teu abraço que me aperta o coração... Vou lembrar tudo. Tudo. Porque adorei.


Desculpa... Perdoa-me. Adoro-te. Ouve as músicas mesmo que as aches parvas, nem que seja só uma vez, porque as sinto, porque cada uma delas tem pedaços de mim, do que sinto por ti. Beijos. Muitos. Porque vou sentir muito a falta dos teus... Porque espero que a tua ausência facilite o meu desejo de não te deixar. Adoro-te, mais uma vez... Adoro-te

publicado por floreca às 22:03
link | comentar | ver comentários (7) | favorito

Carta para o Mané ou o despertar do desejo

Como não cheguei a responder à tua última carta (há quê ...trinta e alguns anos?) ,vou dizer-te hoje o que nunca te disse nessa altura. Eu teria dezassete anos e estava em férias. Sem namoro oficial, tinha tido um namorico que me deixara uma dúvida grande sobre a minha capacidade de ter algum prazer com aquelas carícias parvas e beijos sem gosto dos rapazes da minha idade. Tu estavas por ali, naquela terra ao sul com 27 igrejas, a cumprir serviço militar. Encontrámo-nos por acaso, sentados em bancos de jardim em frente um do outro.
Lembras-te da primeira tentativa de conversa de engate, seguida de uma lógica tampa ? E ainda te recordas do que conversámos depois?. Eras bem mais velho que eu (vinte e quantos?) e falaste dos azares da vida que te faziam estar ali e não numa escola de oficiais, da tua terra-mãe Angola, das saudades. Eu devo ter falado das parvoíces que uma miúda daquela idade tem para dizer, as férias, os primos, a universidade para onde ia entrar… Mas eu já só conseguia olhar a tua nuca e as tuas mãos, a tua cor mestiça.
Encontrámo-nos algumas vezes nas noites algarvias, junto ao rio. Tu trazias a viola e cantavas. Lembro-me tão bem daquela velha canção brasileira, O Trem das Onze:

“Não posso ficar nem mais um minuto com você
Sinto muito, amor, mas não pode ser
Moro em Jaçanã
Se eu perder esse trem
que sai agora às onze horas
Só amanhã de manhã
E além disso, mulher, tem outra coisa
Minha mãe não dorme enquanto eu não chegar
Sou filho único
tenho minha casa pra morar”

Era a canção da despedida e eu ficava sempre um pouco tonta, naquela vontade de ir contigo, sei lá para onde…
Encontrámo-nos na praia num fim de semana e o olhar do teu corpo moreno deu-me a certeza de que era ali que eu me queria perder e encontrar, sem mais delongas. Mas tu só disseste:”És uma miúda. Eu tenho uma vida muito complicada”. Deixaste-me vir embora, para Lisboa, onde ainda te vi duas ou três vezes para te contar que tinha entrado para a universidade e tinha arranjado um namorado que colheu os frutos do desejo que tu acordaste. E a pouco e pouco afastámo-nos… Só te escrevo para que saibas que, na verdade, foste tu que me fizeste mulher.
publicado por floreca às 19:32
link | comentar | ver comentários (6) | favorito

Carta de uma menina apaixonada...

Apetece-me escrever. Para ti. Apetece-me não ter sono só para fechar os olhos e ver-te diante de mim. Apetece-me ouvir o silêncio só para ouvir a tua voz a dizer que me amas. Apetece-me estar assim... aqui... abraçada ás palavras, só para tentar sentir o calor dos teus braços quando apertas o meu corpo junto ao teu.


Fecho os olhos... Vejo-te diante de mim. E não os quero abrir mais para não ver que não estás aqui. O teu olhar. o teu sorriso. A tua pele. Consigo até sentir o cheiro do teu corpo. Vejo-te tão nitidamente! Aqui! Diante de mim! Um beijo no ombro... Os teus lábios húmidos... Parece que o tempo parou e ainda te sinto comigo. O eco das tuas palavras... A marca do teu corpo na minha cama...


Desvaneces-te. Se abro os olhos vejo que afinal não estás. E então escrevo... A caneta corre no papel em busca de mais momentos. Contigo. Sofregamente escrevo as palavras que guardo junto ao peito. As palavras que te queria dizer ao ouvido. Agora. Aqui.


Imagino-te deitado por entre os meus lençóis. O teu corpo nu à espera do meu. Deixo os olhos fecharem-se e vejo-te assim... aqui... comigo... em mim. Deito-me ao teu lado, sinto o teu corpo a encaixar no meu. Um abraço. As mãos entrelaçadas. Um beijo. a tua respiração no meu ouvido. Ouço-me a dizer baixinho: "amo-te". Como nunca o disse antes. Como nunca o senti tão nítido. Sinto-me adormecer. No calor do teu peito. A ouvir o teu coração a embalar o meu... E queria dormir assim sempre. Para sempre. Contigo a velar o meu sono descansado por te ter junto a mim.


Amo-te. És o príncipe que a Cinderela deixou para mim...

publicado por floreca às 02:43
link | comentar | ver comentários (10) | favorito
Quarta-feira, 19 de Maio de 2004

Recado para mim (na minha agenda para algum dia):

É urgente ir
capturar um raio de sol
prender nos dedos
a água pura e fria
parar o tempo
num instante único
conhecer o prazer
escondido
de abrir lentamente os olhos
para a luz brilhante e azul
ao fundo de uma gruta escura.
publicado por floreca às 12:23
link | comentar | ver comentários (10) | favorito
Terça-feira, 18 de Maio de 2004

querida avó

já há bué de tempo que não vens passar uns dias cá a casa. tenho saudades tuas. tenho saudades dos jogos de damas e dos de cartas em que me deixas sempre ganhar. tenho saudades das tuas sestas, sentadita no sofá, em que eu vou de mansinho ligar a televisão, e tu nem dás conta. tenho saudades de ver a novela dos morangos com açúcar contigo. os meus pais não percebem nada de novelas... tu sim. tenho saudades de te ler as minhas composições da escola. tu gostas sempre de tudo. achas sempre que estão lindas as minhas composições. se fosses minha professora, eu tinha cinco a tudo, na boa. tenho saudades de lancharmos os dois, bolos de creme, mesmo, mesmo antes do jantar. tenho saudades de quando tu dizes, podes jogar o teu jogo de consola, mas não ponhas muito alto, querido, eu acho muito bonito. e eu, jogo na boa, e tu fechas os olhos e dormes outra sesta. tenho saudades que tu digas que eu sou o neto mais inteligente e mais bonito que tu tens. eu até sei que dizes o mesmo aos outros, mas eu gosto de ouvir.
curto bué quando estás cá em casa. tenho saudades de falar contigo. tenho saudades do teu sorriso meiguinho das tardes em que estamos só os dois aqui na sala. sabes que agora a moda lá na escola é escrever cartas de amor uns aos outros? acho que só o fazem para irritar a professora. achas que isto é coisa que se faça num local público? e são estes os jovens que vão ser o futuro... o futuro vai ser mesmo estúpido, não achas? mas o que vai ser fixe, é que no futuro, vou poder conversar contigo de tudo. tu até sabes bué de coisas. às vezes até as dizes de boca fechada. mas eu percebo-te avó.

teu neto querido.
Zé.
publicado por floreca às 22:02
link | comentar | ver comentários (7) | favorito
Segunda-feira, 17 de Maio de 2004

Meu Amor

Hoje não te escrevi uma carta. Hoje fui ao cinema e não tive tempo. Também não sei onde guardei o papel perfumado onde dantes escrevia. E não encontro as que me escreveste. Guardamos tão bem as cartas importantes, que acabamos por lhes perder o norte. Hoje esqueci-me de ti e de mim. Hoje foi dia de aromas a leveza.
E além disso….

olhos.jpg
Guardo as minhas cartas de amor todas baralhadas. Depois arrumo-as em caixas de cetim. Cada uma em sua caixa, como tesouros indizíveis. E depois saboreio-as ao longo dos dias sabendo-me na vida de quem me ama até ao limite impossível dos seus sorrisos.
E saboreio cada palavra escrita como um copo de vinho tinto
encorpado
colorido
aromático
saboroso
doce.
A palavra que bebo hoje é Preciosa. Ser Preciosa torna-me a estrela do meu caminho
percorrido
novo
aventureiro
desconhecido,
que me devolve a mim.
As cartas de amor guardo-as na alma. Visto-as nos dias de festa. Visto-as nos dias em que me festejo.

Hoje não escrevi cartas de amor.
publicado por floreca às 23:18
link | comentar | ver comentários (14) | favorito

.mais sobre mim

.pesquisar

 

.Maio 2006

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6

7
8
9
10
11
12
13

14
15
16
17
18
19
20

21
22
23
24
25
26
27

28
29
30
31


.posts recentes

. Actualizar...

. Lá terá de ser...

. Estamos de volta

. Cumprir calendário...

. Pausa

. Mais uma mudança

. SORTE OU NÃO

. Postais ilustrados - 4

. Esta carta é dirigida aos...

. MIMO

.arquivos

. Maio 2006

. Fevereiro 2006

. Dezembro 2005

. Setembro 2005

. Dezembro 2004

. Setembro 2004

. Agosto 2004

. Julho 2004

. Junho 2004

. Maio 2004

. Abril 2004

blogs SAPO

.subscrever feeds

Em destaque no SAPO Blogs
pub