Terça-feira, 24 de Agosto de 2004

Um novo membro para o Blogue de Cartas....

que ainda não conseguiu fazer o seu registo, porque o Sapo tem destas manias... mandou-me um texto dele, que tenho todo o prazer de editar.

Ele quer saber se o aceitamos como novo parceiro de cartas... Que me dizem do kemo o alquimista?

:-)

O Jardim do Príncipe Real, situado na Rua da Escola Politécnica, como quem vem do Rato em direcção ao Chiado, ou vice-versa, é um local com dupla personalidade. Um autêntico local esquizofrénico, o Príncipe Real muda do dia para a noite.

De dia, o Príncipe, no meio de uma rua movimentada, entre prédios antigos de média estatura, emerge dum jardim no centro de Lisboa. O esverdeado das plantas e arvoredo mistura-se com o colorido das fachadas dos ministérios, universidades, instituições e casas, para dar a este local um colorido urbano raro nas cidades de hoje em dia.
O típico quiosque, em que todos sabem o nome do proprietário mas que o usam sem grande responsabilidade; a feira de livros usados que teima em aparecer para conceder o charme de tempos perdidos Lisboetas; os jogos intensos e controversos dos velhotes nas mesas de jogo; o “brincar-na-areia” de algumas crianças sob o olhar atento das mães; os turistas maravilhados com o sossego e o retiro em pleno coração cosmopolita; os parquímetros “emelianos” guardados pelos “arrumadores”, uma dupla ameaça aos bolsos dos condutores.
O Príncipe orgulha os Lisboetas, é local de referência, imponente como o próprio nome indica... de dia.

Ao final do dia, a transformação começa a ocorrer. As instituições fecham as suas portas, o quiosque encerra suas bancas, os velhinhos apressam-se para ver o Jornal Nacional da TVI, a mutação inicia-se, com o por do sol, mas só se completa quando a escuridão é uma realidade.

De noite, termina a alteração, o Príncipe vira sapo. O jardim torna-se escuro, lúgubre, assustador; Os velhotes, os turistas e as crianças ausentam-se, nem vestígios deixam de ter lá passado dias tão bem passados; O colorido acolhedor transforma-se em negro assustador; Os pedestres mudam, são estranhos, parecem ameaçadores, transpiram promiscuidade, respiram práticas menos comuns; os estabelecimentos são outros, discotecas à porta fechada, bares com nomes que sugestionam apenas conhecedores e segredos mal guardados; a tarifa de estacionamento mantém-se exorbitante mas ainda custa mais de noite.
O “sapo” envergonha os Lisboetas, é local de devaneio e evitável, mas o nome mantém-se... de noite.

Mas lá passam as horas, o sol nasce, e o feitiço cumpre o ciclo, o sapo é beijado pela manhã e retoma a sua postura de Príncipe, Real.

kemo o alquimista
publicado por floreca às 15:15
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De floreca a 25 de Agosto de 2004 às 00:20
vamos estando...


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