Terça-feira, 8 de Junho de 2004
Escreve-me uma carta. Eu sei que és daqueles para quem dizer amo-te custa mais que arrancar um dente. Então escreve. São duas palavras pequenas: eu pronome pessoal, primeira pessoa do singular; amo-te, presente do indicativo do verbo amar, etc
tu sabes. Tu sabes escrever mas não queres escrever. Não consegues. Falar dos teus sentimentos não é contigo. Escrever os teus sentimentos, também não.
Esperas talvez que eu adivinhe ou que os teus olhos falem mais que a tua boca. Eu nunca fui boa a ler algo nos olhos. Já me enganei demasiadas vezes. E também não tenho o dom da adivinhação.
Vou dar-te uma sugestão: vai à net, ali às 1001 cartas de amor, sedução, eróticas, etc. e copia. Escreve como se fosse de ti para mim. Eu vou acreditar, que diabo! Mesmo que não acredite, vou ficar feliz porque te deste ao trabalho de escrever. Cheguei a este ponto de querer que me digas que me amas, mesmo pelas palavras inventadas por alguém. O que eu não quero é que tu me deixes a tarefa de adivinhar aquilo que a minha insegurança me diz que é melhor não adivinhar.
De almar a 10 de Junho de 2004 às 22:59
Raquel: obrigada por teres vindo e comentado. Um beijinho. Vou visitar-te em breve.
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